martes, 27 de octubre de 2009

OSUN / OCHUN / OXUM














Osun teria nascido de uma concha depositada por sua mãe Yemojá, nas margens de um grande rio ao qual empresta o seu nome, rio Osun, em yorubá "Odó Osun". É nos locais mais profundos deste rio, entre as localidades de Iguedé onde nasce e Leké, onde desemboca numa lagoa, que Osun é originalmente cultuada, tendo o seu templo principal edificado nesta região, na aldeia de Osogbo, palavra do dialeto Yorubá que significa: "Osun Atingiu A Maturidade". No percurso do rio, que

corresponde à trajetória do próprio orixá, Osun assume diferentes características, todas ligadas à maneira de ser das mulheres, de seu caráter e atitudes, de suas qualidades e defeitos. Assim, o africano se refere à diferentes "caminhos" deste orixá, que serão descritos de forma particular, sempre comparados a situações específicas do procedimento feminino. Temos então:




OSUN KAYODE - representada pela dança de Osun, repleta de movimentos que denotam a sensualidade revelada na maneira de andar, de se movimentar e de proceder das mulheres.



YEYE KARE - representa o culto à beleza e à vaidade feminina, é descrita como "o espírito que se reflete no espelho", motivo pelo qual Osun está permanentemente se admirando na superfície de um espelho, do qual não se separa nunca. O gosto pela riqueza, pela opulência e pelo uso de jóias e adornos se revela no caminho de Osun Bumi, onde a Yagbá cobre-se de pulseiras, brincos e colares de ouro, metal que lhe pertence por direito e ao qual está ligada de todas as formas.



OSUN SEKESE - representa a aparente fragilidade feminina, artifício usado para obter a proteção dos representantes do sexo masculino.



OSUN IBUKOLA - é a sedutora irresistível e representa o poder de sedução feminino. O espírito maternal é representado por três diferentes caminhos, onde Osun Fumike proporciona a possibilidade de gerar filhos, Osun Osogbo assiste a mulher na hora do parto, desempenhando aí, a função de parteira e Osun Funke é a mestra, representando a mãe que orienta e ensina aos filhos as primeiras palavras e passos no seu primeiro contato com o mundo e com a própria vida.



OSUN MIWA - o espírito das águas doces, está, de certa forma, ligada ao processo de gestação e dizem que assiste e protege o feto durante todo o período de gravidez, sendo a dona do líquido amniótico. A inconstância do caráter feminino é representada por OSUN AKURA IBÚ, que se faz presente nos locais de encontro das águas do rio com as do mar. A mulher guerreira, batalhadora e belicosa é representada por quatro caminhos de OSUN, nos quais porta sempre uma espada. Nestes

caminhos a orixá é conhecida como: OSUN OPARÁ, OSUN OKE, OSUN IPONDÁ e YÉYÉ IBERIN, todas consideradas como guerreiras poderosas. A mulher madura, consciente de sua graça e elegância, revestida de respeito e classe. São representadas por OSUN EDE. A partir daí, Osun assume características relacionadas à mulher envelhecida, cheia de manias e preconceitos, ranzinza e implicante e é então representada por Osun Ogá. No último caminho, vamos encontrar OSUN ABOTÔ, considerada velha e decrépita e envolvida em ações misteriosas e obscuras relacionadas, talvez, à prática da feitiçaria.

Osun, então, assume e revela todo o poder feiticeiro da mulher. Desprovida agora de escrúpulos e do sentimento de piedade, contesta a pseudo-superioridade do macho e cria uma sociedade secreta

estritamente matriarcal denominada SOCIEDADE GELEDÉ, onde a face maligna é encoberta por máscaras muitíssimo elaboradas.

É OSUN AWE quem se encarrega de organizar esta sociedade onde o homem não tem vez, devendo, tão somente, submeter-se de bom grado às exigências de suas líderes.

OSUN, reunindo em si mesma todas as diferentes manifestações anteriormente descritas, assume para si o absurdo poder de YÁMI AJÉ - a mãe feiticeira – e, investida deste poder, controla a vida e a

morte, punindo ou premiando indiscriminadamente, sem senso de justiça e sem julgamento. Aí, é representada pela grande cabaça Igbadu, símbolo do ventre gerador, encimada pelo pássaro OSORONGÁ, representação do poder feiticeiro ilimitado que pode enviar aonde bem entender de acordo com sua conveniência. Surpreendentemente, determina que esta cabaça jamais seja vista ou cultuada por mulheres.



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