sábado, 31 de octubre de 2009

ODU DE NASCIMENTO







ODU DE NASCIMENTO









Constantemente, ouvimos pessoas que não passaram por rituais de iniciação dizerem: meu odu é tal...

Isso é impossível, já que odu é destino, não pode haver ainda um destino se não há nascimento. O ritual de iniciação é nascimento, portanto só descobrimos nosso odu após ritual de iniciação e com o ritual apropriado para essa finalidade. E nosso odu de nascimento, odu individual de cada ser, talvez seja o que chamam de placenta, só saberemos se formos iniciados para Ifá, o que é de competência de Babalawo e não de Babalorixá, pois o odu vindo na iniciação de Orixá, é a esse Odu a que estou me referindo, é que vai nos dizer o que o Orixá objeto da iniciação, nos determina fazer, deixar de fazer, etc para que tenhamos uma vida melhor. Portanto, sacar Odu através de datas, intuição, contas utilizando datas de nascimento e outros métodos, nada têm a ver com a verdadeira liturgia do Orixá.

São estranhas certas proibições dadas ao iniciados, por seus iniciadores, sem conhecerem seu Odu dentro da iniciação à qual estão sendo submetidos, ou até mesmo o(s) itan(s) daquele Odu, pois é dentro dos itans é que estão contidos os ewo e etutus relativos, a serem seguidos pelo iniciado, e até mesmo, mais algum Orixá que ele tenha de cultuar a fim de completar sua vida espiritual.

Para se ter uma idéia da importância dos Odus na vida de uma pessoa, há Odu que determina até em que atividade profissional a pessoa melhorse adaptaria. Seria poucofuncional, uma pessoa que tenha Odu Irosun, em iniciação à um Orisa qualquer, e vá trabalhar, por exemplo, como balconista em uma loja de tintas. Nada contra a função, ou o tipo de comércio, o problema está em que as pessoas que tem esse Odu em iniciação à Orisa, terão sucesso e realização trabalhando com metais de qualquer espécie, ou se desempenharem função que envolva música.

Jamais também poderemos ver alguém que tenha Odu Obara, ser empregado de outro, Odu determina que as pessoas para ter sucesso, sejam autônomas.

Se tivermos a oportunidade de nos aprofundar um pouco mais no estudo dos Odus, veremos, com certeza, um N numero de proibições determinadas aos neófitos, que não tem fundamentação alguma, nem mesmo as proibições do Orisa são tantas conforme colocam. Conheço casos, pôr exemplo, em que um Omo Obaluwaye é proibido de comer ovos, enquanto cogumelos ele continua comendo a vontade; já vi muitos iniciados de Osun se fartarem de comer ovos e peixes. São atitudes que estão em total desarmonia com as determinações do Orisa, as quais estão fundamentadas nos Itans Ifá, não são determinações do homem, mas sim de origem divinas.

Em muitos casos a pessoa diz: isto não me faz mau, pois eu sempre tenho dinheiro. Ah! muito bem, então nosso sentido de vida deve ser baseado somente em parte material?

Eu tenho certeza que não.

Existem outros fatores de suma importância em nossas vidas, acho que até mais primordiais do que o dinheiro, e que tem ser levados em consideração.

De que vai adiantar o ser viver sempre com o dinheiro no bolso, ou no banco, e estar 24 horas por dia com sua mente desequilibrada, problemas de saúde, inimigos em seu caminho. De nada adianta.

O que pretendo dizer é que, quebrar ewo não implica somente em dificuldade financeira, ou especificamente nisso, a quebra de ewo pode e com certeza trará agravo em outros setores da vida do ser.

Por aí então seria muito mais prático, se todos seguissem as proibições verdadeiras e fundamentadas, impostas pelo Orisa objeto de uma iniciação e pelo Odu vindo após ritual de iniciação, e ainda, há de se observar o que passa a ser nosso ewo pessoal após a iniciação.

Garanto que se o neófito seguir todas as determinações, coerentes, que lhe forem impostas pós-iniciação, não terá do que se arrepender em sua jornada na vida espiritual, e social.









SENTIDO

Odù (signos de IFÁ) são presságios, destinos, predestinação. Os odù são inteligências siderais que participaram da criação do universo; cada pessoa traz um odù de origem e cada Òrìsà é governado por um ou mais odù. Cada odù possui um nome e características próprias e dividem-se em "caminhos" denominados "ese" onde está atado a um sem-número de mitos conhecidos como ITÀN IFÁ. Os odù são os principais responsáveis pelos destinos dos homens e do mundo que os cerca. Os Òrìsà não mudam o destino da vida e sim executam suas funções dentro da natureza liberando energia para que todos possam dela se alimentar,

O odù é o caminho, a existência do destino o qual o Òrìsà e todos os seres estão inseridos.

Alguém já escutou a seguinte frase?

- com o destino não se brinca...

- sua vida esta escrita...

- seu destino já estava escrito...

E muitas outras frases populares que refere-se a odù.

Cada pessoa pode ir de encontro ou seguir um caminho alheio ao destino estabelecido, isso nós dizemos que a mesma está com o odù negativo, ou seja: seu destino sua conduta foge as regras siderais. (seguiu um caminho "negativo" dentro do estabelecido)

Nós quando nascemos, somos regidos por um odù de orí (cabeça) que representa nosso "eu" assim como odù de destino, etc..



O destino das pessoas e tudo o que existe podem ser desvendados por meio da consulta a IFÁ, o oráculo, que se manifesta pelo jogo. Ifá tem seu culto específico e o mais alto cargo do culto de ifá é o de Olúwò, título concebido a alguns Babalawo.


Orunmilá é a divindade e Ifá é o sistema onde esta divindade se manifesta. Não há Ifá sem Orunmilá e nem Orunmilá sem Ifá. Estes dois conceitos são tão intimamente relacionados que muitas vezes referimo-nos a Orunmilá como Ifá. Orunmilá é a divindade da sabedoria e do conhecimento, responsável pela transmissão das orientações dos deuses e de nossos ancestrais, de maneira a permitir a cada um de nós a possibilidade de uma escolha acertada para uma vida feliz. Orunmilá é a divindade e Ifá é o sistema onde esta divindade se manifesta. Não há Ifá sem Orunmilá e nem Orunmilá sem Ifá. Estes dois conceitos são tão intimamente relacionados que muitas vezes referimo-nos a Orunmilá como Ifá. Orunmilá é a divindade da sabedoria e do conhecimento, responsável pela transmissão das orientações dos deuses e de nossos ancestrais, de maneira a permitir a cada um de nós a possibilidade de uma escolha acertada para uma vida feliz.

"Òrúnmìlá, a Testemunha do Destino e da Criação (Eleri Ipin). O segundo após Olodùmárè. Aquele que estava presente, ao lado de Deus, quando a Vida, o Mundo, o Homem foi criado. Òrúnmìlá tudo vê, tudo sabe, tudo conhece. Não há nada que tenha sido criado ou que virá a ser criado que Òrúnmìlá não saiba antes. Òrúnmìlá conhece a vida e conhece a morte, ele conhece a existência: o antes e o depois. Por isso ele pode ajudar."



Òrúnmìlá/Ifá deve ser compreendido como um sistema: é o homem e sua ferramenta. Por vezes o homem é a sua própria ferramenta. Òrúnmìlá é tanto humano quanto espírito. Enviado por Olodùmárè para ir a diferentes lugares sempre que há necessidade para ajudar os homens a enfrentarem seus problemas, contornando obstáculos e desenvolvendo o seu bom caráter. Podemos também imaginar Òrúnmìlá como o espírito de Olodùmárè manifestado no homem.

Alguns dizem que a palavra Orunmilá deriva de Oro-Omo-Ela ou Oro= palavra/espírito, Omo= filho, Ela= Deus. Após a Criação, Orunmilá veio à Terra como a divindade encarregada por Olodumaré para ensinar os homens. Esta mensagem é Ifá, a luz, o conhecimento e a orientação da sabedoria ancestral de toda a humanidade.

Existem alguns tipos de jogo: o de OPELÉ IFÁ, o rosário de ifá, ÌKÌN IFÁ, o OBÍ, o jogo de búzios, etc.

No jogo de búzios (mais comum) quem fala é Èsù, são dezesseis búzios que podem ser jogados ou vinte e um. A consulta a ifá é uma atividade exclusivamente masculina, mas as mulheres passaram a poder pegar nos búzios, são chamadas de Ìyá Onifá.

O jogo de opelé ifá baseia-se num sistema matemático, em que se estabelece 256 combinações resultantes dos 16 odù usados no jogo de búzios multiplicado por 16. Nada se faz sem que antes se consulte o oráculo, quanto mais séria a questão a ser resolvida, maior a responsabilidade da pessoa que faz o jogo.

Narram algumas lendas que ifá girou pelo mundo, deixando legados e ensinamentos a vários povos de como manter comunicação com os deuses no órun (céu), passando pelos árabes onde não foi aceito e vindo a se estabelecer definitivamente na áfrica, junto aos povos iorubás onde manteve seu legado ensinando aos sacerdotes como restabelecer a comunicação com seus antepassados. Assim ,aperfeiçoando um dos mais avançados métodos de consulta existente.









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